segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sempre gostei de garotas de uniforme


- Olá. Então é isso o que faz para não pensar? Parece divertido...
- Sim. Muito divertido.
- Eu vim para...
- Se veio para a degustação de sushi, começa mais tarde.
- Não... Depois de três anos aqui, ainda não consegui me acostumar com sushi no café da manhã...
- Nem a fazer ruído comendo ramen.
- Nem a fazer ruído comendo ramen.
- Por que veio aqui?
- Não quer se trocar?
- Não gosta do meu uniforme?
- Sim. Sempre gostei de garotas de uniforme. Enfermeiras, policiais... Funcionárias do mercado de peixe...
- Você veio me dizer adeus?
- Não. Bem... Sim. Eu vim me despedir e te agradecer.
- Não tem que me agradecer por nada.
- Sim, tenho que te agradecer. Sem você, eu... Não sei o que teria feito.
- Não tem que me agradecer. Fomos algumas vezes a um motel, me fez provar vinhos interessantes, tomamos ramen, trepamos porque sentia saudade de sua namorada. Isso é tudo.
- De qualquer forma, eu teria gostado... Não sei... de te conhecer em outro momento da minha vida. Teria sido ótimo. Eu gosto de você e percebo que não sei nada a seu respeito.
- É melhor assim. Se me conhecesse, não iria gostar de mim.
- Não acho isso... Não acho isso... Não acho isso.
- Diga meu nome.
- Ryu.
- Diga mais vezes.
- Ryu... Ryu... Ryu...

David & Ryu, "Mapa dos sons de Tóquio" (2009).

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